terça-feira, novembro 24, 2009

Contradições maternas,

Muitas vezes, devido as atribulações do dia-a-dia, esqueço a força desse sorriso. Se engana quem acha que tudo na minha vida é sempre lindo e maravilhoso, até em relação a minha filha, muitas vezes, tenho pensamentos vergonhosos e também perco a paciência. Dou uma reclamação ali, um gritinho fino acolá, um suspiro que demonstra claramente que eu estou cansada, que estou frágil ou que simplesmente eu preciso de um tempo para renovar as forças.

Esse é, sem dúvidas, mais um momento contraditório da arte de ser mãe. Mente, descaradamente, quem diz que ser mãe é só sentir prazer. Nossos filhos não são um pacotinho de felicidade instantânea, três minutos e está pronto para sorrir, se assim fosse, seria muito fácil ser mãe e não existiria heroísmo nenhum em ser criadora. Ser mãe não é pra qualquer uma, tem que ser até um pouco fraca do juízo para conseguir conviver com tantas emoções.

As contradições continuam e é definitivamente no próprio riso de quem me tira o folego, onde eu posso recarregar as baterias. Tenho pra mim, como certeza absoluta, de que eu sempre vou sentir amor, mas que nunca vou perder o contato com a raiva, já dizia o filosofo ou o poeta, ou alguém muito esperto que eu não conheci: "o amor e o raiva andam de mãos dadas, se os erros te incomodam há raiva porque há amor, se a indiferença existe não há sentimento algum."

E com a minha filha não deixa de ser assim; há raiva quando o dedo vai na tomada, há amor quando a reclamação sai da boca, não há indiferença porque há, sem dúvidas, amor demais em mim.

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