segunda-feira, setembro 21, 2009

Filhos. Como sabê-lo?

Eu estava grávida, na maior expectativa da minha existência, quando me enviaram esse poema.
Algumas coisas tocam profundo na minha alma, sou um excêntrico tipo de pessoa sentimental, não dá pra explicar (mesmo que eu tentasse você não iria compreender). Mas, voltando ao poema, esse foi um dos momentos em que minha alma foi tocada. Poderia chamar de o toque de Vinícius, mas prefiro nomear assim; o toque do verdadeiro amor incondicional.

Filhos
Vinícius de Moraes.

Filhos... Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete...
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los...
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem shampoo
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!

Vivo esse poema até nos seus artigos.
Viva os filhos!
Tão pequenos e tão grandes, tão doces e ardentes, tão eles, tão eles.
Trouxe o sorriso à alma, a alegria à vida, a felicidade aos dias.

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